"Paulínia - Dos Trilhos aos Palcos"
História da dança na cidade em Paulínia (1977-2014)
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Dos Trilhos aos Palcos
Entrevista com Fernanda Chamma
As diferenças
culturais interferem no estilo de dançar e no próprio interesse pela dança. Foi
difícil ministrar workshop para alunos despreparados fisicamente e sem nenhuma
percepção corporal para a dança?
R: Quando
cheguei para o meu primeiro workshop, a turma não tinha preparo algum de técnica
de jazz dance e teatro musical. Mas, tinham o mais importante: vontade de
querer aprender e buscar novos desafios. Isso me encantou.
2 - Cite o estilo de musicais e compositores americanos que em
workshops, os alunos tomaram conhecimento através do Paulínia ao Vivo.
Bob Fosse por exemplo.
R: com o passar dos anos de trabalho em
Paulínia, conseguimos implantar uma metodologia de ensino de teatro musical
própria, seguindo os padrões das escolas americanas, onde fui formada. Hoje
desenvolvemos vários estilos, de acordo com a idade e grau técnico dos alunos.
Amo Bobo Fosse. Pra mim, ele foi um gênio!!! Já estamos trabalhando com as
turmas avançadas alguns trechos de musicais coreografados por ele como: All
That Jazz, Chicago e Cabaret. Fazer Fosse é difícil. A pessoa tem que ter
um bom trabalho e entendimento de corpo, estilo e, maturidade cênica. Estamos
no início. Sinto que os alunos adoram e se identificaram com os movimentos e
com o desafio.
3 - Paulínia tem a pretensão de ser um Polo Cultural na região de
Campinas. Você acha que o investimento em musicais com artistas paulinenses,
podem enriquecer o cenário nacional?
R: Lógico! Principalmente se bem trabalhados. Hoje o Projeto Paulínia Ao
vivo tem encaminhado muitos jovens talentos para trabalhos profissionalizantes
do gênero, inclusive, remunerados. Quando o trabalho desenvolvido é sério, com
bons profissionais envolvidos e, tem um objetivo concreto, se colhe bons
frutos!
4 - O cinema pode atrair talentos vindos da dança?
R: acho que sim. Existem muitas produções que exigem do ator
conhecimento e um bom trabalho corporal. Isso só a dança dá.
5 - O musical "É Natal" pode ser um marco, ao influenciar a
tradição de espetáculos nas festas de final de ano?
R: Acho que já temos uma assinatura de teatro musical em Paulínia. Todo
final de ano temos produzido grandes espetáculos: Shrek, Alice no País das
Maravilhas, Expresso Polar e agora o É Natal. Espero dar continuidade a essa
assinatura, pois já temos nosso público.
As pessoas esperam esse "presente de final de ano". Isso é muito
bacana e estimula a mim e toda a equipe do Paulínia Ao Vivo.
6 - Notamos o comportamento da plateia do "É Natal", um pouco
fria. A causa disso, foi a falta dessa tradição no Brasil, onde uma pequena
elite conhece os espetáculos da Broadway?
R: Não achei fria! Pelo contrário. Às vezes eles ficam quietos, atentos
ao que esta acontecendo no palco por ser um produto diferente aos olhos e aos
ouvidos. Esse comportamento da plateia também é escola. Ficar berrando e se
matando de aplaudir a cada número é coisa de brasileiro. Lá fora, esse tipo de
plateia seria convidada a se retirar do teatro.
7 - Qual a reação dos pais ao verem os filhos no espetáculo?
R: acredito que eles amam ver que seus filhos estão evoluindo, estão
felizes, estão tendo oportunidades que nunca tiveram na vida.... temos uma
"equipe de pais" maravilhosa"!!! Todos ajudam muito em tudo. Uma
família que construímos nesses esses 4 anos em que trabalhamos na cidade. Muito
bom!
8 - Onde aconteceram os ensaios. São Paulo/Paulínia?
R: Nas duas cidades. Em Paulínia ficamos concentrados com as crianças e
ensaios gerais. Em SP, trabalhamos todos os personagens, solos, e adultos.
Semanalmente, uma ou duas vezes na semana, os alunos do projeto tiveram
essa escala " paulistana". Eles adoraram!!! Mais uma nova
experiência.... antes de iniciar os ensaios, levei todo o elenco para assistir
O Rei Leão. Ao acabar o espetáculo falei: agora é a vez de vocês. Viram? Quero
que atuem e venham para São Paulo para viver outros ares, outros espaços,
conheçam outra equipe. Acho que todos cresceram cenicamente e em relação à responsabilidade de pisar num palco.
9 - Houve custo para as famílias?
Nenhum, inclusive, muitas das crianças foram remuneradas com a extensão
do espetáculo em eventos e ações culturais.
10 - No musical o Rei Leão, foi selecionado um menino paulinense. Outros
meninos e meninas poderão ser selecionados?
Sempre que tiverem audições infantis, darei continuidade a preparação
dos nossos alunos.
Gala Clássica Internacional de Paulínia
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